segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Acasalamento

Acasalamento
Postura
Incubação
Eclosão
Desenvolvimento até o 7 dia
Anilhamento
Separação dos filhotes
Recomendações Complementares


Mauro de Queiróz 
Extraído Revista SOAM 1995

Acasalamento 



Os criadores "antigos" jamais acasalavam seus pássaros antes da primavera (21/09) e 
até hoje os criadores de frisados parisienses mantêm esta tradição. 
Por outro lado os criadores de canários de cor podem acasalar tão cedo em ABRIL sob 
alegação de que os pássaros já estão "prontos". 



Em nosso país o período mais apropriado para a criação se estende de JULHO a DEZEMBRO. Começar um pouco antes ou terminar um pouco depois não traz 
modificações importantes. 



Os casais devem ser formados obedecendo critérios de acasalamento e aqui a genética traz importante contribuição, podendo afirmar-se que é fundamental, no desenvolvimento de um plantel. 



Não cabe aqui descrever os acasalamentos corretos pois as variedades de cores, mutações combinadas, passam de 350. 



Aconselhamos a leitura do Manual Técnico da OBJO que pode ser obtodo na Ordem Brasileira de Juizes de Ornitologia (OBJO). 



Recomenda-se que durante o período de cria as laterais das gaiolas sejam vedadas evitando que um casal interfira com o outro. 
Ao se iniciar a formação dos casais certifique-se de que o macho esteja cantando vigorosamente e de que a fêmea esteja "pronta". Isto evitará posturas de ovos não fertilizados e perdas de tempo. 



É boa norma colocar-se primeiro na gaiola a fêmea oferecendo-lhe material paraconfecção do ninho. Se não demosntrar interesse nem pelo material e nem pelo ninho, provavelmente não está preparada para criação. Caso contrário coloca-se o macho após 2, 3 dias observando o comportamento do casal. As brigas não são raras e se freqüentes é melhor separá-los colocando a divisória. Alguns casais não se adaptam definitivamente sendo necessário a troca de um dos dois. As bigamias e poligamias são procedimentos não aconselhados aos que iniciam na canaricultura. 


Postura 



Geralmente, sucede 6 – 10 dias após o acasalamento quando os parceiros estão prontos. Também, pode ocorrer mesmo que o macho esteja inapto e, neste caso, ao verificar os ovos quanto à fertilização, por volta do 6º dia, obviamente estarão claros. 
Como regra geral as fêmeas põem 3 – 4 ovos, em média, podendo variar de 2 a 8 ovos por postura. A medida que os ovos são postos devem ser retirados e susbstituídos por "ovos indez"( ovos plásticos) devendo ser recolocados ao final da postura. Um pequeno recepiente em plástico, louça ou até mesmo uma lata de sardinha contendo mistura de sementes, ou algodão, servirá para a acondicionar os ovos recolhidos e que devem ser virados diariamente, evitando que a gema se "precipite". A finalidade de tal procedimento é simplesmente permitir que a eclosão ocorra simultaneamente, evitando discrepância de desenvolvimento entre os filhotes. Geralmente, os nascidos por último morrem, quando não se utiliza tal conduta. 



Algumas fêmeas teimam em não realizar postura no ninho e é sempre uma surpresa desagradável recolher ovos quebrados no fundo da gaiola. Em alguns casos a mudança de local do ninho pode resolver e se isto não ocorrer recomenda-se remover a grade e forrar a bandeja com areia ou jornal, em várias camadas. Outras fêmeas (às vezes, são os machos) tem o péssimo hábito de comer os ovos. Nesses casos recomenda-se reforçar o cálcio administrando osso de CIBA e furar o centro do ninho de modo que o ovo ao ser posto caia num pequeno saco fixado por baixo daquele. Este saco poderá ser confeccionado com a ponta de uma meia. Outros problemas e soluções o criador irá descobrindo com o passar do tempo. 


Incubação 



O período de incubação dura 13 dias, contados à partir da data em que os ovos são recolocados no ninho. Podem ocorrer atrasos de 1 ou 2 dias quando as fêmeas não são assíduas ao ninho. Os ovos são incubados exclusivamente pelas fêmeas, que deixam o ninho por breves períodos com a finalidade de se alimentarem e mesmo para defecar. Alguns machos costumam substituí-las nesse espaço de tempo. Verificar se os ovos forem fertilizados é tarefa simples e pode ser realizada de várias maneiras: olhar os ovos contra a luz do sol, ou com lanterna, fazendo com que o facho de luz atravesse o ovo, ou ainda, utilizar uma pequena caixa dotada de lâmpada no seu interior e furo suficiente para receber o ovo para inspeção. Ao acender a lâmpada verifica-se por transparência o conteúdo do ovo. Por volta do 6º dia já se percebe a mancha avermelhada contendo vasos no seu interior e que ocupa quase a metade do ovo. Caso se perceba apenas a presença da gema, diz-se que o ovo está "branco". 



Quando, por qualquer razão, o criador deixa a inspeção para mais tarde – 11º - 12º dia – já encontrará um ovo totalmente opaco e que não permitirá a passagem de luz. Sua casca apresentará brilho e a superfície mais lisa ao tato. Retirar os ovos não fecundados é boa praxe. Se ocorrer de todos estarem brancos retira-se inclusive o ninho por 3 – 4 dias de modo a incentivar que a fêmea faça nova postura. 



Em regiões onde a umidade do ar é alta (70 a 90%) não há necessidade de molhar os ovos ou de se oferecer banho às fêmeas. No entanto, em locais secos como por exemplo: Brasília, o banho é fundamental para aumentar o índice de eclosão. 




Eclosão



Completados 13 dias de incubação, os filhotes começam a nascer: um após o outro ou todos ao mesmo tempo. É comum que o nascimento ocorra à noite e pela manhã já se encontram todos os filhotes no ninho. 
Se o período de 13 dias for superado aguarde mais um dia ou, então faça o teste de vitalidade do embrião. Para tal, basta colocar os ovos num recipiente com água morna e observar quanto à flutuação e movimentos. Ovos com embriões vivos flutuam com a ponta para baixo e exibem pequenos movimentos enquanto aqueles com embriões mortos flutuam de lado, ou não vêm à tona, e nem possuem movimentação. 




Desenvolvimento até o Sétimo Dia. 



Quando o desenvolvimento se faz normalmente, os filhotes exibem a penugem solta e fofa como um chumaço de algodão. Também estão sempre de "papo" cheio e ao menor movimento do ninho, mostram-se ativos e abrem o bico solicitando comida. Se isto não ocorre, algum problema está acontecendo: ou estão mal alimentados ou já apresentam comprometimento de sua saúde. As fêmeas que exibem a plumagem do ventre molhada demonstram que os filhotes estão com diarréia. 


Não se justifica molestar as fêmeas para que saiam do ninho com freqüência, pois poderá ocorrer até mesmo o abandono da ninhada. Procure inspecionar o ninho quando as fêmeas saem para se alimentar. 

Uma causa frequente de falta de desenvolvimento são os "vermelhinhos"(piolhos). Os filhotes ficam fracos, pálidos e terminam por morrer mesmo de papo cheio. 

Quando tudo corre bem, aos 7 dias de vida os filhotes já exibem os primeiros cartuchos de penas e olhos abertos. 



Anilhamento ou Anelamento. 



Embora não seja uma prática universal, pois os ingleses não anelam algumas raças de porte e mesmo assim realizam concursos de pássaros desprovidos de anilhas, o anilhamento é a modalidade mais prática para registrar qualquer ave. O anel, ou anilha, quando do tipo fechado e de diâmetro compatível com a ave, garante a legitimidade da sua criação em cativeiro e permite que o criador possa participar dos concursos oficiais.Em nosso país é obrigatório o anelamento para qualquer pássaro de concurso. 


Os anéis de cunho oficial são obtidos através de clubes registrados na FOB, a quem cabe o direito de distribuição exclusiva para seus filiados. Tais anéis são fornecidos com diâmetros variáveis de acordo com o porte da ave que se 
pretende criar. Para os canários de cor o diâmetro atual é de 3mm. 



O anel traz gravado o número de sócio, a sigla do clube ao qual pertence, a sigla FOB, o número do próprio exemplar e o ano da criação. 



Colocado por volta do 7 dia, obedecendo à seguinte técnica passam-se primeiro os 3 dedos dianteiros e dobrando-se o posterior de encontro ao tarso (perna) prossegue-se com o anel até que se consiga puxar o dedo para frente, deixando livre o anel. Uma vez anelado e após o crescimento da ave, não será possível retirá-lo a não ser cortando-o. 

Também, não será possível anelar uma ave adulta sem adulterar o anel (alargando-o ou usando anel de diâmetro superior indicado). 



Separação dos filhotes 



Entre o 15 e 20 dias os filhotes começam a deixar o ninho. A saída prematura é indesejável e representa algum tipo de problema: o menor deles é quando o filhote se assusta e salta fora do ninho. Recomenda-se não trocar o ninho após o 12º dia. Filhotes quando mal nutridos tendem a sair precocemente do ninho em busca de alimentação (atrás dos pais). Nestes casos não há muito o que fazer e tentar recolocá-los de volta é perda de tempo. 



Por outro lado, os bens criados, deixam o ninho de modo tranqüilo, completamente emplumados e sem mostrar desespero por alimentação. 
Esta fase costuma ser crucial para o futuro dos pretensos "Campeões". Acontece que, de um modo geral, tende a ocorrer a debicagem dos filhotes. Algumas fêmeas deixam completamente desnudos seus filhos o que representa uma tragédia para o futuro: dificilmente se formará uma plumagem normal. 



Ao se perceber os primeiros sinais de debicagem o criador deve interferir seja separando os filhotes com uma grade divisória, seja fornecendo material para confecção do novo ninho. Sugerimos que os filhotes passem a metade do dia com o macho e a outra metade sozinhos. Colocando-se a farinhada de ambos os lados tanto a fêmea quanto o macho tratarão dos filhotes e, ainda, estaremos proporcionando a oportunidade para que o macho a fertilize, quando estiverem juntos. 



Quando os filhotes estiverem comendo sozinhos é chegada a hora da separação. Geralmente, ocorre entre o 28º e 30º dias. Separados deverão ser colocados em uma voadeira de modo que possam se exercitar e serem levados para os "banhos" de sol e água. 

Recomendações complementares. 


A separação dos filhotes precocemente pode causar a sua morte prematura. Certifique-se de que estejam se alimentando sozinhos, observando seu comportamento com relação à água, sementes e farinhada. Quando solicitam insistentemente aos pais para que os alimentem é sinal de que são dependentes. 

Ao separar os filhotes procure não colocá-los juntos com pássaros de idades muito diferentes sugerimos que essa diferença não seja superior a 20 dias. É uma questão de competição e os mais velhos sempre levam a melhor. 

A higienização do material: poleiros, grades, bandeja e do próprio cômodo deve ser executada periodicamente a fim de evitar a propagação de doenças. Recomendamos a leitura de artigos exclusivos a este fim. 

A prevenção do desenvolvimento de ácaros, piolhos tipo "vermelhinhos" insetos dentro do criadouro é fundamental e pode ser realizada de várias maneiras. A quarentena é a melhor maneira de se evitar problemas futuros. Recomendamos 30 dias de observação do exemplar antes do introduzi-lo no plantel. 

As "VAPONAS" parasiticidas e repelentes de insetos são produtos eficazes no combate aos insetos, ácaros e outros parasitas. Não são encontrados em nosso meio, porém os que puderem adquiri-los no exterior Não deixem de fazê-lo. Tem durabilidade de 2 a 3 meses. 

Pulverizar com Protecotr ou SBP, faixa azul, também, ajuda na prevenção. 

Verduras tipo couve, almeirão, jiló são muito úteis como complemento alimentar. Usá-las com parcimônia e levar em conta que um canário pesa por volta de 10 a 15 gramas, não deve comer uma folha inteira de couve ou almeirão. 


Padronize sua alimentação e desde que esteja dando certo não mude. Existem milhares de fórmulas de farinhadas. Você acabará adotando a sua própria de acordo com suas
conveniências.

Um comentário:

  1. ótimas indicações , sugestões que com certeza trará muitos beneficios futuramente!

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